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Dietoterapia nas Doenças

cardiovasculares

Lucia Helena Franzen Fiebig


Professora ETS, Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica
UNISINOS, Mestre em Educação PUC
Conceito
 As doenças cardiovasculares (cardio =
coração; vasculares = vasos sanguíneos)
afetam o sistema circulatório, ou seja, o
coração e os vasos sanguíneos
(artérias,veias e vasos capilares).
 A doença cardiovascular (DCV) é um
termo geral que descreve uma doença do
coração ou dos vasos sanguíneos.
DCV
Existem quatro tipos principais de Doenças
Cardiovasculares:

 Doença Cardíaca Coronária; (DCC)


 Acidente Vascular Encefálico;(AVC)
 Doença Arterial Periférica;
 Doenças da Aorta.
Doença Cardíaca
Coronária

 A doença cardíaca coronária (DCC) ocorre quando o


suprimento de sangue do coração é bloqueado ou
interrompido por um acúmulo de substâncias gordurosas
(ateroma) nas artérias coronárias. As artérias coronárias são os
dois principais vasos sanguíneos que fornecem sangue ao
coração.

 Se as artérias coronárias ficam mais estreitas devido a uma


acumulo de ateroma, o fornecimento de sangue para o
coração será restrito. Isso pode causar angina (dores no
peito). Do mesmo modo que se uma artéria coronária ficar
completamente bloqueada, pode causar um ataque
cardíaco.(IAM)
Acidente Vascular
Encefálico -AVC
 Um acidente vascular cerebral (encefálico) é uma
condição médica séria que ocorre quando o
suprimento de sangue para o cérebro é perturbado.

 Como todos os órgãos, o cérebro precisa de um


fornecimento constante de oxigênio e de nutrientes
para funcionar corretamente. Tais nutrientes e o
oxigénio são fornecidos pelo sangue, por isso, se o
fluxo sanguíneo é restrito ou interrompido, as células
cerebrais começam a morrer. Isto pode levar a danos
cerebrais irreversíveis e, possivelmente, a sequelas ou
morte.
AVC Sintomas

Os principais sintomas de AVC são:


 Face: A face poderá cair em um dos lados; a pessoa pode
não ser capaz de sorrir ou a sua boca e/ou seus olhos
também podem cair;
 Braços: As pessoas com suspeita de AVC podem não
serem capazes de levantar o braço e mantê-lo levantado
devido à fraqueza ou pela dormência;
 Fala: A fala da pessoa pode ser arrastada ou de difícil
compreensão, a pessoa pode não ser capaz de falar tudo,
apesar de parecer estar consciente;
 Tempo: A hora de solicitar uma ambulância é
imediatamente após você ver algum destes sinais ou
sintomas.
Doença Arterial
Periférica

 A doença arterial periférica, também conhecida como doença


vascular periférica, ocorre quando existe um bloqueio nas
artérias aos seus membros, normalmente nas pernas. O sintoma
mais comum da doença arterial periférica é a dor nas pernas ao
caminhar. Isso geralmente ocorre em uma ou ambas as pernas,
coxas ou quadris.

 A dor pode ser algo como cãibras, uma dor ou uma sensação de
peso nos músculos. A dor geralmente vem e vai piorando
durante os exercícios que usam necessitam das pernas, como
caminhar ou subir escadas.
Doenças da Aorta

 A aorta é o maior vaso sanguíneo do nosso corpo. Responsável


por levar o sangue do coração para o resto do corpo. O tipo
mais comum de doença da aorta é aneurisma da aorta, quando a
parede da aorta torna-se enfraquecida e retrai-se. Normalmente,
quando a doença chega, os sintomas são dor no peito, costas ou
abdome (barriga).
 As doenças mais comuns da aorta são o aneurisma, a dissecção, e
a roptura. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento
destas doenças da aorta são a aterosclerose, hipertensão arterial
sistémica, idade, tabagismo, diabetes, história familiar e síndrome
de Marfan.
Prevenção
 A maioria das mortes causadas por doenças
cardiovasculares são prematuras e poderiam ser
facilmente evitadas apenas fazendo-se algumas
mudanças no estilo de vida, como uma dieta
saudável e parar de fumar.

 O controle dos fatores de risco é a melhor forma


de prevenir as doenças cardiovasculares.
 Um fator de risco é uma condição que aumenta
o risco cardiovascular, ou seja, aumenta a
probabilidade de sofrer uma doença
cardiovascular.
 .
Fatores de risco
Os fatores de risco podem ser divididos em
duas grandes categorias: fatores de risco
modificáveis e fatores de risco não
modificáveis.
Fatores de risco
modificáveis

 Açúcar elevado no sangue (Diabetes)


 Colesterol elevado (hipercolesterolemia)
 Triglicerídeos elevados (hipertrigliceridemia)
 Pressão arterial elevada (hipertensão arterial)
 Excesso de peso e obesidade (SM)
 Tabagismo Hábito de fumar
 Abuso de bebidas alcoólicas(alcoolismo)
 Pouco exercício físico (sedentarismo)
 Stress (estilo de vida)
Fatores de risco não
modificáveis

 Idade
 Sexo
 Raça
 Genética (inclui a história familiar de
doenças cardiovasculares)
Colesterol
elevado(hipercolesterolemia)

O colesterol é uma das gorduras que circulam no sangue.


Há 2 tipos de colesterol: o “bom” (chamado HDL), que ajuda
a remover o colesterol mau da parede das artérias e o “mau”
(chamado LDL), que se acumula no interior das artérias e provoca
a aterosclerose, levando a doenças graves, como o enfarte do
miocárdio ou o AVC .

Os valores de colesterol total, e de cada um dos seus tipos, que os


especialistas da Sociedade Europeia de Cardiologia e SBC recomendam
são:
Colesterol total < 190 mg/dL.
Colesterol LDL < 115 mg/dL.
Colesterol HDL ≥ 40-45 mg/dL
Caso uma pessoa já tenha uma doença cardiovascular, os valores
recomendados são mais baixos.
Dislipidemia
https://socerj.org.br/colesterol-e-triglicerideos/
Hipercolesterolemia Familiar
È uma doença genética onde ocorre o aumento do colesterol
 A principal forma que o nosso corpo tem de remover o LDL da
circulação é através de uma proteína chamada receptor das LDL
(LDLR), que existe sobretudo no fígado. Se uma pessoa tiver uma
mutação neste receptor, a remoção do colesterol fica comprometida.

Nestas situações, a pessoa tem uma doença genética chamada


hipercolesterolemia familiar (FH), caracterizada por níveis muito
elevados de colesterol no sangue (acima de 290 mg/dL de colesterol
total e/ou acima de 190 mg/dL de colesterol LDL). Mutações nos
genes APOB e PCSK9 também causam FH.
Com esta doença, a
pessoa tem um risco 100 vezes superior de vir a sofrer um enfarte do
miocárdio, comparativamente a quem não tem aquela mutação.
Triglicerideos elevados
(hipertrigliceridemia)
 Além do colesterol, encontram-se no sangue outras gorduras
que se chamam triglicerídeos. Os valores de triglicerídeos
são muito dependentes da alimentação e, normalmente,
valores altos indicam uma alimentação rica em gorduras.

 Habitualmente, pessoas com triglicerídeos elevados têm


valores reduzidos de HDL, o que é prejudicial para a saúde.
Valores de HDL baixos são também um fator de risco para
as doenças cardiovasculares.

 Recomenda-se ter um valor de triglicerideos abaixo de 150


mg/dL.
Tratamento

 A maioria dos fatores de risco para doença cardiovascular (DCV)


estão “conectados”, o que significa que se uma pessoa tem um fator de
risco, provavelmente terá outros também. Por exemplo, as pessoas
que consomem muito álcool geralmente têm dietas pobres em
nutrientes e são mais propensos a fumar. Além disso, as pessoas obesas
são mais propensas a ter diabetes, colesterol alto e pressão arterial
elevada.
 Focando em diminuir apenas um fator de risco, tal como deixar de
fumar, obviamente que trará importantes benefícios à saúde, mas para
reduzir significativamente o risco de desenvolver doenças
cardiovasculares, é necessário olhar para o estilo de vida de modo
global.
Dietoterapia

 A dieta deve estar direcionada para a perda de peso


e da gordura visceral, com o objetivo de
normalização dos níveis da pressão arterial, da
correção das dislipidemias e da hiperglicemia e
conseqüentemente a redução do risco cardiovascular.
 As evidências favorecem as dietas ricas em fibras,
pobres em gorduras saturadas e colesterol e com
reduzida quantidade de açúcares simples. A dieta do
tipo Mediterrâneo mostrou-se capaz de reduzir
eventos cardiovasculares e a dieta DASH mostrou-
se eficaz na redução da pressão arterial.
Alimentos
Dieta do Mediterrâneo

 A rotina alimentar desta dieta é baseada


na alimentação da
região mediterrânea com alto consumo
de frutas, verduras e legumes, cereais,
leguminosas, oleaginosas, peixes e vinhos,
visando, uma alimentação equilibrada.
A dieta mediterrânica não se trata de um plano alimentar
específico ou programa de emagrecimento, trata-se sim de
um conjunto de hábitos alimentares que são
tradicionalmente adaptados pelas pessoas das regiões
mediterrânicas.
Existem pelo menos 16 países banhados pelo mar
mediterrâneo, sendo que os hábitos alimentares variam
entre eles, de acordo com a cultura, origem étnica e
religião. Contudo, existem uma série de características
comuns entre eles….

 Um elevado consumo de frutas, legumes, batatas, feijão, castanhas,


sementes, pão e outros cereais
 O azeite é utilizado para cozinhar e temperar os alimentos
 Quantidades moderadas de peixe, e pouca quantidade de carne
 Quantidades baixas a moderadas de queijos e iogurtes gordos
 Consumo moderado de vinho, nomeadamente às refeições
 Dependência dos produtos frescos locais, conforme a sazonalidade
 Estilo de vida ativo
Os ingredientes secretos

 O azeite: O azeite é a primeira escolha para a


investigação uma vez que é utilizado, quase
exclusivamente, na cozinha mediterrânica, em substituição
da manteiga, margarina e outras gorduras. O azeite é uma
fonte de gordura monoinsaturada, protetora contra
doenças cardíacas, possivelmente porque afasta o
consumo de gorduras saturadas da dieta. O azeite é
também uma fonte de antioxidantes, incluindo a vitamina
E. É ainda importante relembrar que o azeite é utilizado
para confeccionar pratos à base de vegetais, molhos de
tomate, saladas e para fritar peixe.
Peixes
Gordos

 Foi também sugerido que o peixe, nomeadamente os


peixe gordos, como a sardinha, apresentam
importantes benefícios para a saúde . Os peixes
gordos são efetivamente uma fonte gorduras ómega 3
polinsaturadas, sendo que os derivados complexos de
cadeia longa parecem ser particularmente benéficas
para a saúde cardíaca, devido às suas propriedades
anti-inflamatórias e vasodilatadoras, que mantêm o
sangue fluído.
Frutas e
Hortaliças
 O elevado consumo de frutas e hortaliças frescos tem
demonstrado ser protetor tanto contra as doenças
cardíacas, como contra o câncer, provavelmente
devido ao seu conteúdo em antioxidantes.
 O tomate foi um alimento submetido a uma série de
análises específicas, devido ao seu peso na dieta
mediterrânica. Este alimento é, de fato, uma grande
fonte de antioxidantes, e o processamento térmico,
tanto na culinária, como na preparação de molhos à
base de tomate é recomendado, dado que aumenta a
disponibilidade de licopeno, um dos principais
antioxidantes presente no tomate.
Vinho com
moderação
 O vinho é consumido de forma moderada, o longo de todo o
Mediterrâneo, e normalmente é tomado com as refeições
principais. Para os homens o consumo moderado é de dois
copos por dia e, para as mulheres, apenas um.

 O vinho, especialmente o vinho tinto, contém uma vasta gama de


compostos vegetais que apresentam características benéficas
para a saúde, chamados de fitonutrientes. Entre eles, os
polifenóis são poderosos antioxidantes, que protegem contra a
oxidação do colesterol LDL entre outras sequelas patogénicas
do processo oxidativo. Outros fitonutrientes existem que
desempenham papéis importantes na inibição da agregação
plaquetária, na vasodilatação, entre outros.
Efeito Combinado

 Num estudo grego, foi demonstrado que


componentes individuais ou grupos de alimentos
pertencentes à dieta mediterrânica não fornecem
qualquer proteção significativa.
 Na prática, é provável que seja a combinação de
todos os ingredientes da dieta que a tornam tão
saudável. Não apenas este, mas também outros
fatores, como a atitude mais relaxada de se
alimentarem, a existência constante dos dias de sol e
a atividade física contribuem, provavelmente, para o
estilo de vida global nesta região.
Dieta
 O valor calórico total deve ser calculado
para que se atinja a meta de peso definida,
lembrando-se que mesmo uma redução
de 5% a 10% do peso está associada à
melhoria dos níveis da pressão arterial, do
controle metabólico e até mesmo da
mortalidade relacionada ao diabetes.
 Recomenda-se limitar a ingestão de
bebidas alcoólicas a 30ml/dia de etanol
para homens e a metade para mulher.
SAL (HCl)
 Comer altos níveis de sal na infância tem sido associadas a
um risco maior de hipertensão arterial, doenças cardíacas e
derrames na fase adulta.

 Para bebês e crianças, os limites recomendados de sal são:

 Menos de 1g de sal por dia para crianças de 0-6 meses;


 1g por dia para crianças de 7-12 meses;
 1.5 g por dia para crianças de 1-3 anos;
 2 g por dia para crianças de 4-6 anos;
 4 g por dia para crianças de 7-10 anos;
 5 g por dia para crianças com idade entre 11-14 anos.
SAL
 É fácil subestimar a quantidade de sal que está nos alimentos.
Por exemplo, um McLanche Feliz e suas pequenas batatas
fritas, um hambúrguer e uma coca contém 1,8g de sal, que é
mais da metade do limite diário recomendado para uma
criança de cinco anos, o sanduíche pode acabar virando um
McLanche Infeliz, de tanto sal que contém.

 Os industrializados e os “prontos para comer”,


particularmente aqueles não foram desenvolvidos
especificamente para as crianças, muitas vezes contêm altos
níveis de sal. Por exemplo, uma lata 200g de sopa de tomate
contém 1,4g de sal. Você deve sempre verificar o rótulo dos
alimentos que você dá aos seus filhos para que você possa
manter controle sobre o consumo diário de sal.
Trabalho para aula prática.
 Dividir a turma em 4 grupos
 Elaborar um cardápio com a Dieta do
Mediterraneo, café da manha e lanche( grupo
1)
 Elaborar um cardápio com a Dieta do
Mediterraneo, almoço( grupo 2)
 Elaborar um cardápio com a Dieta Dash,
Almoço( grupo 3)
 Elaborar um cardápio com a Dieta Dash,
café da manha e lanche( grupo 4)

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