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OS CONSTITUINTES DO CAMPO ÉTICO

AGENTE CONSCIENTE:

Para que haja conduta ética é preciso que


exista o agente consciente, isto é, aquele
que conhece a diferença entre o bem e o
mal, certo e errado, permitido e proibido,
virtude e vício
CONSCIÊNCIA MORAL E SENSO MORAL:

“Nossas dúvidas quanto à decisão a tomar não


manifestam [apenas] nosso senso moral, mas também
põem à prova nossa consciência moral, pois exigem
que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós
mesmos e para os outros as razões de nossas decisões
e que assumamos todas as consequências delas,
porque somos responsáveis por nossas ações. [...] o
senso moral e a consciência moral referem-se a valores
(justiça, honradez, espírito de sacrifício, integridade,
generosidade),
CONSCIÊNCIA MORAL E SENSO MORAL:
[refere-se] a sentimentos provocados pelos valores
(admiração, vergonha, culpa, remorso,
contentamento, cólera, amor, dúvida, medo) e a
decisões que conduzem a ações com
consequências para nós e para os outros. [...] O
senso e a consciência moral dizem respeito a
valores, sentimentos, intenções, decisões e ações
referidos ao bem e ao mal e ao desejo de
felicidade. Dizem respeito à relação que mantemos
com os outros e, portanto, nascem e existem como
parte de nossa vida intersubjetiva.”
Ex-chanceleres se dividem sobre a postura de diplomata:
“Ato grave de insubordinação ou escolha louvável diante de uma
‘situação-limite’?
Mesmo diplomatas mais experientes e ex-chanceleres se dividem
quanto à decisão do então encarregado de negócios da embaixada
em La Paz, Eduardo Saboia, de trazer, à revelia de Brasília, o senador
Roger Pinto, que estava asilado na representação para o país havia
15 meses.
Para Celso Lafer, chanceler por duas vezes – em 1992 e entre 2001 e
2002 -, é preciso avaliar a ação de Saboia diante do que se havia
instaurado na embaixada.
‘O que ele sentiu é que cabia a ele assumir as responsabilidades, não
se ver burocraticamente cumprindo ordens ou deixando de tomar
uma atitude que, na sua avaliação, poderia ter consequências
graves’, opina.
Ex-chanceleres se dividem sobre a postura de diplomata:
‘Rubens Ricupero, que foi embaixador em Washington, considera
que Saboia agiu ‘até de uma maneira nobre’ e que há ‘valores que se
sobrepõem à hierarquia funcional’.
‘É raro no Itamaraty funcionários que agem pela consciência’, afirma
Ricupero.
Para Rubens Barbosa, também ex-embaixador em Washington, foi
uma atitude ‘insólita’ pela quebra de hierarquia. ‘Foi uma atitude
arriscada que deu certo.’
O ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia, porém, classificou o ato como
‘total insubordinação’. ‘Se no Exército, no Itamaraty ou numa grande
empresa cada um fizer o que tem vontade, vira uma bagunça.’
Lampreia acredita que a decisão da presidente Dilma Rousseff de
dispensar o chanceler Antônio Patriota após o episódio se justifica.
‘A presidente só vir a saber de uma situação grave como essa mais
de 20 horas depois, há algo de errado ai’
(Folha de São Paulo, agosto de 2013)
SUJEITO ÉTICO:

o sujeito ético só pode existir se preencher as


seguintes condições:

-Ser Consciente
-Ser Dotado de Vontade
-Ser Responsável
-Ser Livre
-Ser Consciente:

de si e dos outros, é capaz de reflexão e de


reconhecer a existência dos outros como
sujeitos éticos iguais a ele;
-Ser dotado de vontade:

tem a capacidade de controlar e orientar seus


desejos, impulsos, tendências, sentimentos
(para que estes sejam de conformidade com a
consciência), é capaz de deliberar e decidir
entre alternativas possíveis;
-Ser Responsável:

-É reconhecer-se como autor da ação,


- É avaliar os efeitos e conseqüências dela
sobre si e sobre os outros,
-É assumi-la bem como às suas
conseqüências, respondendo por elas;
-Ser Livre:

-não se submete a poderes externos que o


forcem e o constranjam a sentir, querer e fazer
alguma coisa,
- a liberdade não é tanto o poder para escolher
entre vários possíveis, mas o poder para
autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras
de conduta;
ESCRAVIDÃO LIBERDADE
É QUERER ALGO
MAS TER A
FAZER O QUE QUER,
FORÇA INTERIOR
QUANDO QUER E
PARA FAZER
COMO QUER
O QUE É CERTO

Lembra?
-Portanto, o campo ético é constituído por dois
pólos que são internamente relacionados:

-O agente ou sujeito moral

-Valores morais ou virtudes éticas


A ética faz uma exigência essencial para que
exista o agente ou sujeito moral

A diferenciação entre:

- Passividade

- Atividade
-Sujeito Passivo:

é aquele que se deixa governar e arrastar


por seus impulsos, inclinações e paixões,
pelas circunstâncias, pela boa ou má
sorte, pela vontade do outro, pela opinião
alheia, pelo medo dos outros, pela
vontade de um outro, não exercendo sua
própria consciência, vontade, liberdade e
responsabilidade.
-Sujeito Ativo:

é aquele que controla interiormente seus


impulsos, suas inclinações e suas paixões,
-discute consigo mesmo e com os outros o
sentido dos valores e dos fins estabelecidos,
- indaga se devem e como devem ser
respeitados ou transgredidos por outros
valores e fins superiores aos existentes,
......
....Sujeito Ativo:

-avalia sua capacidade de dar a si mesmo as


regras de conduta,
-consulta sua razão e sua vontade antes de
agir,
-tem consciência dos outros,
-responde pelo que faz,
-recusa a violência contra si e contra os
outros.
-Discorremos até aqui sobre o sujeito ético e os valores
morais, ou, fins morais.
-Cabe-nos ainda uma questão:
-Os meios a serem utilizados para se atingir os fins
-O fato de eu ter um objetivo nobre, me qualifica a usar
qualquer tipo de meio para alcançá-lo?
Podemos nos justificar dizendo que:

Os fins justificam os meios?

Para alcançar um fim legítimo, todos os meios disponíveis


são válidos?
Na ética nem todos os meios são
justificáveis,
mas apenas aqueles que estão de acordo
com os fins da própria ação, ou seja,

fins éticos exigem meios éticos.


“A ética pressupõe liberdade e responsabilidade, estando
preocupada diretamente com todos os atos livres de cada
indivíduo, que faz parte desta instituição.(Sociedade)
A liberdade moral significa a capacidade de
autodeterminação no sentido de que somos livres para
escolher o bem em lugar do mal, a luz em lugar das trevas,
o certo em lugar do errado, a verdade em lugar da
mentira, o altruísmo em lugar do egoísmo, o amor em
lugar do ódio.”
( Ética: reflexões contemporâneas, pg 30)
Ser ético é usar da minha liberdade com
responsabilidade.
Sabendo que minhas ações terão
influência no meio em que vivo.
Ser ético é pensar no outro,
Se agirmos desta forma, toda a
sociedade será beneficiada.

Bibliografia:
CHAUÍ. Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2002
Você até pode escolher a
semente, mas será obrigado a
colher o que plantou.
• Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês
querem que eles lhes façam;
Mateus 7:12

• Quem cometer injustiça receberá de volta


injustiça, e não haverá exceção para ninguém.
Colossenses 3:25

• Aquilo que o homem semear, isso também


ceifará.
Gálatas 6:7

Jesus Cristo
Ética é um comportamento
visto pelos outros

O que não é
visto chama-se
Caráter
“Muito interessante esta reflexão do juiz Sérgio Moro:
 Quando se tem a oportunidade de furtar R$ 0,50(cinquenta centavos) tirando
fotocópia pessoal na máquina Xerox do trabalho, não se perde a oportunidade.
 Quando se ter a oportunidade de furtar R$ 5,00 (cinco reais) levando para casa a
caneta da empresa, não se perde a oportunidade
 Quando se tem a oportunidade de furtar R$ 25,00 (vinte e cinco reais) pegando uma
nota mais alta, na hora do almoço, para a empresa reembolsar, não se perde a
oportunidade.
 Quando se tem a oportunidade de roubar R$ 30,00(tinta reais) de um artista
comprando um DVD pirata, não se perde a oportunidade.
 Quando se tem a oportunidade de furtar R$ 250,00 ( duzentos e cinquenta reais)
comprando uma antena desbloqueada que pega o sinal de satélite de todas as TV’s a
cabo, não se perde a oportunidade.
 Quando e tem a oportunidade de furtar R$ 469,99 da Microsoft baixando um
Windows crackeado num site ilegal, não se perde a oportunidade.
 Quando se tem a oportunidade de furtar R$ 2.000,00 (dois mil reais) escondendo um
defeito do seu carro na hora de vende-lo, enganando o comprador, não se perde a
oportunidade.
 Muitos não perdem nenhuma oportunidade, devolvem a carteira mas furtam o
dinheiro, sonegam imposto de renda, dão endereço falso para adquirir benefícios que
não tem direito, etc, etc, etc...
 Bom, se você trabalhasse no Governo, e caísse no seu colo a oportunidade de roubar
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), com certeza, se você não perde uma
oportunidade iria aproveitar mais esta oportunidade.
TUDO É UMA QUESTÃO DE OPORTUNIDADE

O povo brasileiro precisa entender que o problema do Brasil não são só a meia dúzia de
políticos no poder lá em cima, pois eles, são apenas o reflexo dos quase 200 milhões de
oportunistas aqui em baixo
Os políticos de hoje foram ontem oportunistas e se não mudarmos a estrutura de valores
de nossa sociedade e trazer a Ética e a Moral como pilares do comportamento nunca
seremos um povo realmente honesto e justo!
Sérgio Moro”
https://www.youtube.com/watch?v=BlkCwFa4WyU

Código Penal, artigo 299

Falsidade Ideológica

“Omitir, em documento público ou particular,


declaração que deveria constar, ou nela inserir ou
fazer inserir declaração falsa ou diversa do que
deveria ser escrita, com o fim de prejudicar
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante”
VIRTUDE X VÍCIO

VIRTUDE: hábitos bons que nos levam a fazer o bem.


Qualidade moral própria do indivíduo. Vontade livre
inerente que conduz o ser a reproduzir o bem;
disposição para a prática do bem;

Vício: mau hábito, costume condenável

Como podemos definir aquilo que é virtude ou vício?


De acordo com Aristóteles:

Vício: pode ser um excesso ou falta, é um


sentimento ou uma conduta excessivos, ou ao
contrário, deficientes

Virtude: uma moderação, um sentimento ou


uma conduta moderada
Virtude Vício por excesso Vício por deficiência
Coragem Temeridade Covardia
Temperança Libertinagem Insensibilidade
Liberalidade Prodigalidade Avareza
Magnificência Vulgaridade Vileza
Respeito próprio Vaidade Modéstia
Prudência Ambição Moleza
Gentileza Irascibilidade Indiferença
Veracidade Orgulho Descrédito próprio
Amizade Condescendência Enfado
Justa indignação Inveja Malevolência

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