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Amanda Estelita de Oliveira Rodrigues

Histórico
• Criado pelo Dr. Edgar Rey Sanabria, no Instituto
Materno Infantil de Bogotá, Colômbia, em 1979;
• Objetivo inicial;
• Divulgação promovida pela Unicef;
• Apesar dos questionamentos acerca das
vantagens do método, vários países europeus
adotaram a prática;
• Países Desenvolvidos x Países Subdesenvolvidos.
Histórico no Brasil
• 1992, Hospital Guilherme Álvaro, em Santos,
São Paulo;
• 1993, Instituto Materno Infantil de
Pernambuco, em Recife, Pernambuco;
• Outros hospitais começaram a utilizar a
posição canguru, nem sempre com
metodologia e critérios adequados;
Histórico no Brasil
• Em março de 1999, por iniciativa do BNDES,
foi organizada uma Conferência Nacional
sobre o Método Canguru, no Rio de Janeiro;
• Norma de Atenção Humanizada ao Recém-
Nascido de Baixo Peso – Método Canguru,
lançada em dezembro de 1999 e publicada
através da Portaria Ministerial nº 693 de
5/7/2000;
Histórico no Brasil
• Método incluído na Política Governamental de
Saúde Pública, no Brasil, como um procedimento
de assistência médica, com inclusão na tabela de
procedimentos do SUS;
• Proposta nacional de utilização foge da
perspectiva de substituição de incubadora,
utilizando o Método Canguru como mais uma
tecnologia disponível para o cuidado do bebê
internado em terapia intensiva neonatal.
Histórico no Brasil
• Programa de Disseminação (Julho, 2000):
o Desenvolvido e coordenado pelo Ministério da Saúde
em parceria com o BNDES e com a Fundação ORSA;
o Sensibilização de gestores estaduais e municipais
através de 5 seminários em diferentes regiões;
o Amplo programa de capacitação – Manual Técnico;
o Centros Nacionais de Referência para a atenção
Humanizada ao Recém-Nascido.
O programa no Brasil
Método Canguru
x
Posição Canguru

(Ministério da Saúde, 2002)


“O Programa, no Brasil, não tem como
objetivo a substituição de incubadora ou de
qualquer outra tecnologia ou recursos
humanos e sim a promoção de uma mudança
institucional na busca de atenção à saúde,
centrada na humanização da assistência e no
princípio de cidadania da família.”
(Ministério da Saúde, 2002)
“A mudança na forma do cuidado neonatal
proposta pelo Método Canguru está baseada
em quatro fundamentos básicos: acolhimento
do bebê e sua família; respeito às
individualidades; promoção do contato pele a
pele o mais precoce possível; envolvimento da
mãe nos cuidados do bebê.”
(Lamy, 2003)
População a ser atendida
• Gestantes com situações clínicas ou obstétricas com
maior risco para o nascimento de crianças de baixo-
peso;
• Recém-nascidos de baixo-peso, desde o momento da
admissão na Unidade Neonatal até a sua alta
hospitalar, quando deverão ser acompanhados por
ambulatório especializado;
• Mães e pais que deverão ter contato com o seu filho o
mais precoce possível, recebendo adequada
orientação da equipe de saúde.
Vantagens do Método
• Aumenta o vínculo entre a mãe e o bebê;
• Diminui o tempo de separação do recém-nascido com a família,
evitando longos períodos sem estimulação sensorial;
• Estimula a prática do aleitamento materno;
• Proporciona maior competência e confiança dos pais no manuseio
de seu filho mesmo antes da alta hospitalar;
• Facilita o controle térmico da criança;
• Diminui o número de recém-nascido em UTIs e Unidades de
Cuidados Intermediários;
• Melhora o relacionamento da família com a equipe de saúde;
• Diminui as doenças e infecções hospitalares;
• Diminui a permanência do bebê no Hospital.
Pilares do Método
• Cuidados individualizados, centrados nos pais
(intervenção centrada na família);
• Contato pele a pele precoce (estimulação adequada e
prazerosa, com integração sensorial);
• Controle ambiental de luz e som (para evitar
estimulação aversiva e inadequada);
• Adequação postural (prevenção de futuras distonias
nos RN prematuros);
• Amamentação (favorecendo vínculo e prevenção de
doenças no primeiro ano de vida).
Primeira Etapa
Quando o recém-nascido está impossibilitado de ficar junto à mãe
no alojamento conjunto e necessita de internação na unidade
neonatal.

O que fazer?
• Estimular livre acesso dos pais à unidade neonatal, propiciando,
sempre que possível, o contato tátil com a criança;
• Estimular a amamentação;
• Iniciar o contato direto pele a pele entre a mãe e o bebê,
progredindo até a colocação do bebê sobre o tórax da mãe ou do
pai;
• Assegurar a permanência da mãe na unidade hospitalar.
Critérios para Segunda Etapa
• Disponibilidade materna,
• Capacidade materna de reconhecer as situações de risco do
RN e habilidade para a colocação da criança em posição
canguru.
•  Nesta fase o bebê deve apresentar:
1.      Estabilidade clínica;
2.      Nutrição enteral plena (peito, sonda gástrica ou copo);
3.      Peso mínimo de 1.250 gramas;
4.      Ganho de peso diário maior que 15 gramas.
Segunda Etapa
Quando o recém-nascido encontra-se estabilizado e poderá contar
com o acompanhamento contínuo da mãe.

O que fazer?
• Estimular livre acesso dos pais à unidade neonatal, propiciando,
sempre que possível, o contato tátil com a criança;
• Estimular a amamentação;
• Iniciar o contato direto pele a pele entre a mãe e o bebê,
progredindo até a colocação do bebê sobre o tórax da mãe ou do
pai;
• Assegurar a permanência da mãe na unidade hospitalar.
Critérios para Terceira Etapa
• Mãe segura, bem orientada e familiares conscientes quanto ao
cuidado domiciliar da criança;
• Mãe psicologicamente motivada a dar continuidade ao trabalho
iniciado na maternidade;
• Compromisso materno e familiar para a realização do método por
24 horas/dia;
• Garantia de retorno à unidade de saúde;
• Aleitamento materno exclusivo com ganho ponderal de peso
(ganho de peso adequado nos 3 dias que antecedem a alta
hospitalar);
• Peso mínimo de 1.500 gramas;
• Acompanhamento ambulatorial assegurado.
Terceira Etapa
Quando o bebê já recebeu a alta hospitalar, mas necessita
de acompanhamento ambulatorial para avaliações de seu
desenvolvimento físico e psicológico.

O que fazer?
• Deve ser aplicado continuamente o método;
• Avaliar o equilíbrio psico-afetivo entre a criança e a família;
• Obedecer ao esquema de retorno para acompanhamento
(1ª semana, de 2 em 2 dias;  2ª semana, de 3 em 3 dias; 3ª
semana, de 7 em 7 dias, até atingir 2.500 gramas).
Experiência
brasileira e
internacional
International Workshop on Kangaroo
Mother Care
• O panorama do KMC nos outros países é
apresentado a partir dos trabalhos publicados
e da troca de experiências nos encontros
mundiais que acontecem a cada dois anos
desde 1996;
• Realizado no Rio de Janeiro em novembro de
2004.
Israel
• Bebês ficam em pele a pele com suas mães
durante uma hora por dia, no mínimo.
• Os estudos publicados apontaram o cuidado
canguru como uma intervenção que facilita o
desenvolvimento sensorial do recém-nascido
promovendo o vínculo com a mãe (Feldman et
al., 2002).
Índia
• Em estudos relacionando ganho de peso,
aleitamento materno, tempo de internação e
cuidado canguru, o tempo de permanência
em posição canguru é de cerca de quatro
horas, e os resultados demonstram que o
aleitamento e o ganho ponderal são melhores
nos bebês que permanecem em posição
canguru (Ramanathan et al., 2001).
África
• Experiência publicada destaca, além dos
benefícios na amamentação, vantagens
também quanto à estabilidade fisiológica,
diminuição da infecção e aumento do vínculo
nas crianças que estão sob o cuidado canguru
(Kirsten et al., 2001).
Colômbia
• Programa predominantemente ambulatorial, com especial ênfase
em um rigoroso companhamento do crescimento e
desenvolvimento do bebê (Botero, 2000).
• O Método Canguru é praticado no domicílio materno, inicialmente
com acompanhamento diário no ambulatório de seguimento –
Casita Canguro.
• Não existe uma Unidade Canguru hospitalar onde mães e bebês
possam permanecer juntos diuturnamente.
• A fase hospitalar do método tem como objetivo principal preparar
• a díade para a prática domiciliar. Nesse período, denominado de
apego, é dada ênfase especial ao aleitamento materno, ao
reconhecimento de sinais de alerta do bebê e à alta precoce.
Brasil – Hospital Guilherme Álvaro
• Entre 1991 e 1999, o hospital acompanhou 266 recém-nascidos por meio do
método, com resultados favoráveis em oxigenação, manutenção da temperatura
corpórea, baixa incidência de apnéia e menor risco de broncoaspiração.
• Neste hospital, Sanches (2005) acompanhou 111 duplas de mães/RNBP que
utilizaram o MMC, com o objetivo de estudar as taxas e fatores associados ao
aleitamento materno exclusivo (AME). Os RNBP apresentavam, em média, idade
gestacional de 33 semanas e peso de 1.624 g, sendo que 97% dos RNBP estavam
em AME na alta hospitalar.
• Ao final do 1º mês de vida esta taxa era de 88%, no 2º mês, 77%, e ao cabo do 3º
mês, 66%.
• Fatores que estiveram associados com a interrupção da AME dos RNBP, na fase
hospitalar, foram: retardar o início do Método Canguru integral para 15 dias de
vida e ter pega inadequada no início da amamentação. Na fase ambulatorial, os
fatores identificados foram: dificuldade da mãe na amamentação e o uso da
chupeta no segundo mês de vida.
Brasil – IMIP
• Lima (2000), avaliou 114 prematuros
participantes do Método Mãe-Canguru com
idade gestacional média de 33,4 semanas e
peso médio de 1.475 g;
• O autor verificou que 88% estavam em AME
na alta hospitalar, sendo que 63% assim
permaneciam aos três meses.
Revisão Sistemática – Cochrane
Library (Fevereiro, 2003)
• Três estudos: Equador; Colômbia; Etiópia, Indonésia e México.
• Resultados:
o Redução do risco de infecção hospitalar, de enfermidades graves e de
infecções do trato respiratório;
o Maior ganho de peso diário;
o Desenvolvimento psicomotor semelhante nos dois grupos aos 12
meses de idade corrigida;
o Não houve evidências de diferenças na mortalidade infantil entre os
dois grupos;
o Não existem relatos sobre efeitos deletérios da aplicação do método.
Benefícios Psicoafetivos
• Efeito do contato pele a pele como um
estimulador da liberação de ocitocina parece
desempenhar um importante papel no
comportamento da mãe e afetar positivamente o
seu humor, facilitando o contato com o bebê;
• Maior sentimento de confiança e competência
em comparação com as mães dos bebês que
receberam cuidados convencionais;
Benefícios Psicoafetivos
• Klaus & Kennel descreveram a prematuridade e a internação
prolongada como fatores de risco para atraso do desenvolvimento,
maus-tratos familiares e mesmo abuso, atribuindo a gênese desses
problemas ao afastamento da criança imposto à família.
• Uma pesquisa prospectiva australiana com 353 bebês nascidos com
peso menor que 1.000 g e que foram cuidados em unidades
neonatais convencionais identificou, após a avaliação de 167 casos
encaminhados, 80 crianças com quadro comprovado de maus-
tratos, os quais não puderam ser relacionados com presença de
deficiências, causas médicas ou perinatais, tendo sido
principalmente relacionados a fatores parentais.
Benefícios Neurossensoriais
• Bebês prematuros que realizaram contato
pele a pele apresentam melhor
desenvolvimento mental e melhores índices
em testes de motricidade, uma diferença
significantemente menor no tempo de
duração do choro e no padrão de
consolabilidade e períodos de sono mais
profundos.
Resultados do Método
• Aumento da duração do aleitamento materno exclusivo;
• Crescimento adequado;
• Controle térmico efetivo;
• Bom controle de freqüência respiratória e oxigenação;
• Controle adequado da glicemia;
• Bom padrão de sono;
• Melhor condição de vínculo mãe/bebê e maior integração da família;
• Melhor padrão de desenvolvimento motor e cognitivo;
• Condições de segurança quanto à utilização do método;
• Aceitabilidade e praticidade do método;
• Benefícios sociais;
• Redução de custos na assistência;
• Redução da morbidade e mortalidade.
“O Método Canguru, conforme apresentado
em suas diretrizes operacionais, tem
perspectiva interdisciplinar revelando(...) um
momento de amadurecimento da assistência
neonatal em que se compreende que o
tratamento do RN envolve muito mais do que
apenas a utilização de procedimentos e
técnicas.”
(Ministério da Saúde, 2002)
OBRIGADA!
Bibliografia
• ATENÇÃO HUMANIZADA AO RECÉM-NASCIDO DE BAIXO PESO: MÉTODO MÃE
CANGURU. Disponível em: <http://www.abmp.org.br/textos/3502.htm>
• LAMY, Z. C.; GOMES, M. A. S. M.; GIANINI, N. O. M.; HENNIG, M. A. S. Atenção
humanizada ao recém-nascido de baixo peso – Método Canguru: a proposta
brasileira. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
81232005000300022&script=sci_arttext&tlng=pt>
• VENANCIO, S. I.; ALMEIDA, H. Método Mãe Canguru: aplicação no Brasil,
evidências científicas e impacto sobre o aleitamento materno. J Pediatr (Rio J).
2004;80(5 Supl):S173-S180.
• CARDOSO, A. C. A. et al. Método Mãe-Canguru: aspectos atuais. Pediatria (São
Paulo) 2006;28(2):128-34.
• http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_exibe1.asp?
cod_noticia=980
• http://www.portalhumaniza.org.br/ph/texto.asp?id=58
• http://redehumanizasus.net/node/11406

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