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A MEDIDA DO TEMPO

E A HISTÓRIA DA
TERRA
UM POUCO DE HISTÓRIA…
Interpretar a História da Terra é um dos
objectivos fundamentais da Geologia.

Tal como um detective, o geólogo também


analisa e investiga pistas, só que neste caso
estes vestígios têm de ser procurados nas
rochas.

Estudar qualquer acontecimento histórico,


quer se trate da epopeia marítima dos
portugueses quer da passagem dos grandes
répteis pelo planeta, requer o
estabelecimento de um calendário.

Várias foram as tentativas para encontrar um


calendário adequado à Historia da Terra.

ORA
Século III a.c. - sacerdote e escriba egípcio
Manethon elabora uma lista com todas as
dinastias de deuses e semideuses e verifica que
essas dinastias cobriam um período de 36 000
anos.
Século V - Santo Agostinho propõe, com base
no livro Génesis seis dias para a construção da
Terra. Esses seis dias seriam considerados
ERAS.
1654 – O Arcebispo de Ussher (Irlanda) propõe,
de acordo com as árvores genealógicas
expressas no antigo testamento, que a Terra
teria sido criada às 9:00 h do dia 23 de
Outubro do ano 4004 a.c.
1749 – Buffon propõe 75 000 anos, depois de
cálculos complexos sobre o processo de
arrefecimento do núcleo terrestre.
Século XIX – Lord Kelvin baseando-se nas
primeiras noções de Estratigrafia calcula a
ACTUALMENTE : 4 600
idade milhões
da Terra em 20 a 40 de
Milhões de anos.
Até meados do século XVII a idade da Terra
era calculada com base na genealogia de
várias gerações.
Hoje baseia-se em cálculos abstractivos
sobre a ocorrência de vários processos
geológicos.

Encontram-se, por vezes, incompletos e


muitos foram total ou parcialmente destruídos
pela dinâmica do planeta.

Cabe aos geólogos interpretá-los.


Métodos de Datação das
Rochas

Objectivo principal:
Estabelecer uma tabela de
tempo onde se possam
sequenciar os diferentes
acontecimentos que
ocorreram na Terra, desde a
sua formação até aos
Dependentes do tipo
nossos dias.
de rocha

Rochas Rochas
sedimentare magmática
s s
Datação relativa,
Datação
baseada nos
absoluta
princípios da
(métodos
Estratigrafia
radiométricos)
Assim, usam os chamados RELÓGIOS
GEOLÓGICOS

Conjunto de todos os métodos que


permitem atribuir uma idade ou
estabelecer relações temporais entre os
diferentes processos geológicos.

Assumem particular importância os


chamados RELÓGIOS
SEDIMENTOLÓGICOS.

Baseiam-se principalmente na aplicação


de princípios estratigráficos.
O QUE É A
ESTRATIGRAFIA????
Ciência que estuda e interpreta os
processos geológicos registados nas
camadas sedimentares estratificadas
que vão permitir a correlação e a
ordenação temporal, tanto dos materiais
como dos acontecimentos geológicos.

Podemos, portanto, dizer que um dos


objectivos da Estratigrafia será atribuir
uma idade a todos os fenómenos
geológicos observados ou identificados
nas rochas e ordená-los como de um
calendário se tratasse.
ALGUNS CONCEITOS A
SABER
 LITOSTRATIGRAFIA – ramo da Estratigrafia que
estuda as rochas estratificadas relativamente
à sua forma geométrica.

 BIOSTRATIGRAFIA - ramo da Estratigrafia que


estuda a distribuição temporal dos fósseis
através do registo estratigráfico.

 CRONOSTRATIGRAFIA - ramo da Estratigrafia


que estabelece a idade das unidades
estratigráficas procurando estabelecer uma
escala estratigráfica de valor mundial.

 MAGNETOSTRATIGRAFIA - ramo da
Estratigrafia que estabelece uma escala de
mudanças do campo magnético terrestre ao
longo da História da Terra.
ALGUNS CONCEITOS A
SABER ESTRATOS – são as camadas de depósitos
que se distinguem por apresentarem uma
homogeneidade diferencial relativamente
às adjacentes.

JUNTAS DE ESTRATIFICAÇÃO – contacto


que separa os diferentes estratos.
ALGUNS CONCEITOS A
SABER
UNIDADE LITOSTRATIGRÁFICA –
conjunto de estratos com certa
homogeneidade e uniformidade, sobretudo
pelo facto de ser constituído por rochas
com características semelhantes.

Assim, uma unidade estratigráfica é


representada por um determinado
conjunto de rochas estratificadas que se
diferenciam de forma mais ou menos
evidente das que lhe servem de base e das
que a recobrem.

FORMAÇÃO – unidade estratigráfica


fundamental. Corresponde a um estrato ou
conjunto de estratos que apresentam
características litológicas, identificadas,
quer ao nível de um afloramento, que
através de uma sondagem
 Porque encontramos camadas de espessura variável num
mesmo local?

 Porque diferem as camadas em espessura, composição e


textura?

As condições ambientais não são sempre


as mesmas ao longo dos tempos, como
consequência verificam-se alterações a
nível da sedimentação. Aquelas ficam
assinaladas pelo contacto que marca a
descontinuidade de dois estratos (juntas
de estratificação).
DATAÇÃO
RELATIVA
Nicolau Steno (sec.XVIII) – um físico
dinamarquês, relacionou a sequência de
acontecimentos com os estratos
sedimentares.

A este geólogo devem-se alguns dos


PRINCIPIOS DA ESTRATIGRAFIA
fundamentais na determinação de idades
relativas.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
ESTRATIGRAFIA

PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO

Numa sucessão de estratos não


deformados, qualquer um deles é mais
antigo do que aquele que o cobre e mais
recente do que aquele que lhe serve de
base.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
ESTRATIGRAFIA

PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE

Os sedimentos são sempre depositados


em camadas horizontais. O fenómeno
geológico que altera a horizontalidade é
sempre posterior à sedimentação.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
ESTRATIGRAFIA
Princípio da relação
intrusão-fractura
( Princípio da Intrusão)

O corpo rochoso intrusivo e a falha são


sempre mais recentes que as rochas
atravessadas ou fracturadas.

Princípio da inclusão
A rocha que apresenta inclusões é mais
recente que a rocha a que pertence a
inclusão (encrave ou xenólito).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
ESTRATIGRAFIA

Princípio da Continuidade Later

Uma camada, lateralmente, permanece


igual a si própria ou varia de modo
contínuo. A variação corresponde a uma
variação lateral de fácies.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
ESTRATIGRAFIA

Discordância – verifica-se quando a sedimentação é interrompida.

Corresponde a um período de tempo em que:

- não ocorreu sedimentação


- houve erosão com posterior sedimentação

Pode ser:
- Angular
- Simples ou de lacuna
- de sedimentação
- de erosão
DISCORDÂNCIA ANGULAR

Sequência de fenómenos que originam uma discordância angular.


LACUNA DE SEDIMENTAÇÃO

Lacuna de
sedimentação:

A camada B depositou-se
não cobrindo totalmente
a camada A,
posteriormente C cobriu
todo o conjunto
LACUNA DE EROSÃO

Lacuna de erosão:

À formação da camada A
seguiu-se a sedimentação da
camada B. Porém parte desta
foi posteriormente erodida.
Quando se forma C, existe
lacuna de erosão numa parte
da formação sedimentar.
DESCONTINUIDADE

Sequência de fenómenos que originam uma descontinuidade


VAMOS VER SE
PERCEBERAM!

Identifica a sequência
cronológica dos
acontecimentos na figura
PRINCIPIO DA
SOBREPOSIÇÃO

calcário

jovem
Mais
Formação colunar

arenito

argila

xisto
ALGUMAS EXCEPÇÕES A ESTE
PRINCÍPIO

 Terraços fluviais

 Sedimentos depositados em
grutas

 Intrusões magmáticas

 Séries sedimentares
deformadas e invertidas
TERRAÇOS FLUVIAIS

O terraço a é mais antigo que b e c.


SEDIMENTOS
DEPOSITADOS EM
GRUTAS

Os sedimentos depositados em grutas


são mais modernos que as camadas
que lhes servem de tecto.
INTRUSÕES
MAGMÁTICAS

O filão é mais recente que


qualquer das camadas que
atravessa.
SÉRIES SEDIMENTARES
DEFORMADAS E
INVERTIDAS

Nesta dobra deitada, no


flanco dobrado a ordem das
camadas é invertida.
PRINCÍPIO DA
HORIZONTALIDADE
INICIAL
PRINCÍPIO DA RELAÇÃO
INTRUSÃO - FRACTURA
PRINCÍPIO DA RELAÇÃO
INTRUSÃO - FRACTURA
PRINCÍPIO DA INCLUSÃO
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
LATERAL
Limitações dos métodos de datação
das rochas

-O Princípio da Identidade
Paleontológica só é aplicável nas situações
em que as rochas contenham fósseis (maior
abundância desde há 570 M.a.);

-A Dendrocronologia apenas consegue


recuar alguns milhares de anos (tempo
muito curto, atendendo à idade da Terra);

-A constante reciclagem das rochas


impede a datação de rochas muito antigas.

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