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FAN – Faculdade Nobre de Feira de Santana

Charleny Reis
Kilvia Alexandre
Jacqueline Moraes
Maria Karolina Costa
Renato Francischini

Responsabilidade
Profissional
INTRODUÇÃO

 Algumas profissões, pelos riscos que


representam para a sociedade, estão
sujeitas a disciplina especial.

 O erro profissional, em certos casos, pode


ser fatal, razão pela qual é preciso preencher
requisitos legais para o exercício de
determinadas atividades trabalhistas.
INTRODUÇÃO

 Diplomação em curso universitário.


(Medicina, Direito, Enfermagem, Engenharia etc.)

 Inscrição em órgão especial.


(CFM, OAB, CREA etc.)
INTRODUÇÃO
Em face da particularidade de cada profissão, torna-se
impossível a formulação de um sistema geral para
solucionar os problemas da responsabilidade profissional.

Obrigação de resultado, "na obrigação de resultado,


obriga-se o devedor a realizar um fato determinado,
adstringe-se a alcançar certo objetivo”

Obrigação de meio ou diligencia, "nos contratos de meio, o


devedor obriga-se a empregar diligência, a conduzir com
prudência para atingir a meta colimada pelo ato”.
A RESPONSABILIDADE MÉDICA
 O estudo da responsabilidade civil do
profissional da Medicina ganhou os debates
forenses, nos últimos anos, provocando uma
constante imputação de erro médico.
 Quando se debate o tema da responsabilidade
do médico, devemos buscar no Código de
Hamurabi os primórdios da responsabilidade
legal do médico na forma normativa,
estabelecendo pena para a conduta errônea
diante do paciente.
A RESPONSABILIDADE MÉDICA
O médico era da família, profissional que
cuidava do pai, filho e neto conviviam no seio
familiar com respeito e admiração tal que poucos
ousavam contestar os procedimentos e
resultados.
O erro e a morte raramente eram imputados ao
médico, mas sim eram fruto da incapacidade do
meio hospitalar ou da ausência de medicamento
adequado para a cura do paciente.
A RESPONSABILIDADE MÉDICA
 Evoluiu-se com a legislação e o acesso à Justiça. O
advento da Constituição de 1988, do Código de Defesa do
Consumidor e do Novo Código Civil criaram condições
legais amplas para a discussão da atuação do profissional
liberal.
 A responsabilidade civil, como vista, incidirá na atuação do
profissional médico, em decorrência de ato seu, na relação
mantida com seu paciente.
 Quando o médico é procurado por um cliente, forma-se
entre ambos um vínculo contratual, muitas vezes tácito.
Assim, pode surgir a responsabilidade civil do médico.
 Não se discute legislativa, doutrinária e
jurisprudencialmente ser a responsabilidade do médico de
ordem subjetiva.
A RESPONSABILIDADE MÉDICA
Caberá ao paciente, ou aos herdeiros,
demonstrar que o resultado nefasto do tratamento
teve por causa a negligência, imprudência ou
imperícia do médico.
Para fins da responsabilidade civil do médico
tem que ser provado o dano, a culpa e o nexo
causal.
A obrigação do médico não é, necessariamente,
curar o doente, mas utilizar todo seu zelo e
conhecimentos profissionais em cada caso. Trata-
se daquilo que no direito se denomina obrigação
de meio.
NATUREZA DA RESPONSABILIDADE MÉDICA

As ações de indenização decorrentes de


responsabilidade médica e hospitalar, que antes
eram raras em nosso ordenamento jurídico, estão
se tornando cada vez mais freqüentes.

Em uma década o numero de processos por


negligência ou imperícia encaminhados
anualmente ao Conselho Federal de Medicina
(CFM) aumentou sete vezes.
A RESPONSABILIDADE PESSOAL DO MÉDICO

Embora o médico seja um prestador de serviços, o


CDC em seu artigo 14º, § 4º, abriu uma exceção ao
sistema de responsabilidade objetiva nele estabelecido,
devemos ter em mente, todavia, que o CDC foi bastante
claro ao dizer que a exceção somente abrange a
responsabilidade pessoal do profissional liberal, não
incluindo, portanto, a pessoa jurídica na qual ele trabalhe
como empregado ou faça parte da sociedade.
A PROVA DA CULPA

 A prova da culpa, imprescindível, pelo que ficou


exposto, não é fácil de ser produzida, uma vez
que os tribunais são severos na exigência da
prova. Somente se demonstrado erro grosseiro
no diagnóstico, na medicação ministrada, no
tratamento desenvolvido, ou ainda, injustificável
omissão na assistência e nos cuidados
indispensáveis ao doente, tem-se admitido a
responsabilização do médico.
O ERRO PROFISSIONAL
 Culpa e erro profissional são coisas
diferentes:
 há erro profissional quando a conduta é
correta, mas a técnica é incorreta;
 há imperícia quando a técnica é correta,
mas a conduta médica é incorreta.
 A culpa médica supõe falha de diligencia ou
de prudência em relação ao que era esperável
de um bom profissional escolhido como padrão;
 O erro é falha do homem normal,
conseqüência inelutável da falibilidade humana.
PERDA DE UMA CHANCE
 Entende-se por chance a probabilidade de se obter uma vantagem
ou de se evitar uma perda.
 A perda de uma chance, de acordo com a melhor doutrina, só será
indenizável se houver a probabilidade de sucesso superior a cinqüenta
por cento, de onde se conclui que nem todos os casos de perda de
uma chance serão indenizáveis.
 A indenização, deve ser a perda da oportunidade de obter uma
vantagem e não pela perda da própria vantagem. o problema gira em
torno de nexo causal entre a atividade médica (ação ou omissão) e o
resultado danoso consciente na perda da chance de sobrevivência ou
cura.
 Ex: Se o paciente, tivesse sido internado a tempo ou operado
imediatamente talvez não tivesse falecido. Este perdeu a
Chance de cura. Logo, se há erro médico e esse erro provoca ab orige
o fato de que decorre o dano, não há que se falar em perda de uma
chance, mas, em dano causado diretamente pelo médico.
CIRURGIA ESTÉTICA:
OBRIGAÇÃO DE MEIO OU RESULTADO?

 Diferença básica entre cirurgias.

 Cirurgia de correção: tem por finalidade corrigir deformidade


física congênita ou traumática. Ex: um paciente que tem o
rosto deformado por um acidente, e o médico recomenda a
cirurgia para a correção. (obrigação de meio).
 Cirurgia de estética: o seu desígnio é corrigir algumas
imperfeições, pois o médico assume a obrigação de
resultado.

 Na realidade, a crônica médica registrada casos em que o


cirurgião, embora aplicado corretamente as técnicas que
sempre utilizou com absoluto sucesso em inúmeros
pacientes, não obtém o resultado, tais circunstancias,
entretanto, não afastam a obrigação do resultado.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA À LUZ DO CDC

 A indagação só cria embaraço para aqueles que


entendem que a obrigação de resultado gera sempre
responsabilidade objetiva. Em alguns casos apenas
inverte o ônus da prova quanto à culpa; a
responsabilidade continua sendo subjetiva, mas com
culpa presumida.

 A luz do CDC, em seu artigo 14. § 4º, diz que, a


responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante verificação de culpa.
RESPONSABILIDADE MÉDICA EMPRESARIAL

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:


IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou
estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo
para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e
educandos.
Trata-se, como se vê, de uma garantia de que o serviço
será fornecido ao consumidor sem defeito, de sorte que,
ocorrido o acidente de consumo, não se discute culpa; o
fornecedor responde por ele simplesmente porque lançou no
mercado um serviço com defeito. E mais, será
absolutamente irrelevante saber se o fornecedor tinha ou
não conhecimento do defeito, bem como se esse defeito era
previsível ou evitável. Em face do fato do serviço, o defeito é
presumido porque o Código diz – art. 14 §3º, I - que o
fornecedor só excluirá a sua responsabilidade se provar-
ônus seu- que o defeito inexiste, vale dizer, que o acidente
ERRO DE DIAGNÓSTICO
 Do ponto de vista técnico, o diagnóstico – que é um dos
momentos mais importantes da atividade médica – consiste
em identificar e determinar a moléstia que acomete o
paciente, pois dele depende a escolha do tratamento
adequado.
 Busca de informações
 Exames complementares
 O erro de diagnóstico, revela-se muito difícil, porque se
adentra a um campo estritamente técnico, o que dificulta
enormemente a apreciação judicial.
 O erro de diagnóstico não pressupõe, necessariamente, a
culpa do médico, vez que a ciência médica é incerta e
conjectural.
ERRO DE DIAGNÓSTICO
 A posição do julgador deve ser no sentido de apreciar a
questão à luz dos fatos concretos trazidos e provados
durante a ação judicial, atendendo, sobretudo, aos
pareceres dos peritos e depoimentos das testemunhas.
 Não é propriamente o erro de diagnóstico que incumbe
ao juiz examinar, mas sim se o médico teve culpa no
modo pelo qual procedeu ao diagnóstico. Pois, do ponto
de vista legal, o que realmente importa é análise da
culpa ou não do médico no exercício de sua função.
 O médico poderá incorrer em Responsabilidade Civil.
ERRO DE PROCEDIMENTO
 É o momento da execução do diagnóstico. Nesta fase o dever de prudência e de
assistência deve ser redobrado, pois consistirá em erro no tratamento não apenas o
erro na execução, mas também o descuido com elementos secundários que possam
trazer prejuízo.
 O erro médico no procedimento, de forma ampla, tem sido encarado pela justiça
brasileira levando-se em consideração dois pontos fundamentais:
 a comprovação do alegado cabe ao paciente;

 a acusação apenas se concretiza com a comprovação de cinco itens, quais sejam:

 I – condição legal do médico (diploma apostilado pelo Ministério da Educação e

registrado no Conselho Federal de Medicina do Estado em que exerce a


profissão);
 II – haver o dano alegado;

 III – existir o ato médico que o produziu;

 IV – estar claramente comprovado o nexo de causa e efeito entre o ato médico e o

dano referido;
 V – existir culpa do médico caracterizada por uma ou mais das três alternativas –

imprudência, negligência ou imperícia.


ERRO DE PROCEDIMENTO
 Negligência médica (ato omissivo) - Define-
se como sendo a falta de observância aos
deveres e cuidados que a situação demanda.
 Imprudência médica (culpa comissiva) -
ações não justificadas, precipitadas, sem o uso
da cautela.
 Imperícia médica - falta de habilidade para
praticar determinados atos. Trata-se do
despreparo prático.
ERRO DE PROCEDIMENTO
 Como evitar?
 Dar ao paciente, por escrito, o diagnóstico, e o

prognóstico da evolução natural da doença e o


que se pode esperar do tratamento proposto,
bem como os riscos desses procedimentos.
 O doente espera que o médico o cure. Este, por

sua vez, tem obrigação de cuidar do doente e


não de curá-lo.
ERRO MÉDICO E ANESTESIA
 O anestesiologista tem uma atividade altamente técnica e,
assim, justifica-se sua inteira autonomia na execução do ato
médico em Anestesiologia. Está, o anestesiolo-gista, em termos
não só de responsabilidade civil, mas também éticos, sujeito à
mesma normatização aplicada aos demais profissionais da
Medicina.
 Assim a RESPONSABILIDADE SUBJETIVA – TEORIA DA
CULPA, em tudo se refere à atividade do médico em
Anestesiologia, quando da avaliação pelos tribunais de danos
por erro médico. A responsabilidade civil do anestesiologista
segue os mesmos ditames gerais da responsabilidade civil
genérica, aplicável ao médico pelos julgadores.
 A responsabilidade subjetiva tem como característica a
exigência doutrinária de ser indispensável uma prova
inequívoca de que houve culpa no proceder do anestesiologista.
ERRO MÉDICO E ANESTESIA
 Contratualmente falando, trata-se de uma conduta bem
caracterizada de falha na prestação de serviços em anestesia,
enquadrando-se na abrangência do campo da responsabilidade
contratual quando acompanhada de culpa (presente no agir do
anestesiologista), gerando uma obrigação de indenizar o lesado
(aquele paciente que teve o seu direito violado).
 O anestesiologista, pois, neste contrato assume uma obrigação
de meios, e o erro médico em anestesiologia é um
descumprimento deste contrato.
 Na obrigação de meios, o anestesiologista se compromete a
fazer uso dos meios para realizar a anestesia no paciente
dentro do compatível com o “estado da arte” médica em
anestesiologia, naquele lugar e momento, atuando com
prudência, perícia e diligência para realizar sua tarefa.
ERRO MÉDICO E ANESTESIA
 É atribuição do paciente fazer prova, em juízo, de que o
anestesiologista laborou com culpa, ao causar-lhe dano.
 As provas têm a função de fazer emergir o liame entre o
ato anestésico danoso e o prejuízo experimentado pelo
paciente. Tem que haver relação de causa e efeito entre o
agir do anestesiologista e o dano verificado.
 Para comprovação do erro, causa do dano, no
atendimento em Anestesiologia, usam-se todos os meios
probatórios em direito aceitos. Em particular os prontuários
e fichas de anotações clínicas com dados dos pacientes,
ressaltando-se a importância, pela complexidade e
controvérsias do agir nos tratamentos hospitalares, da
prova pericial que pode, até, tornar-se indispensável.
ERRO MÉDICO E ANESTESIA
 A responsabilidade civil do anestesiologista pode ser solidária,
tanto em relação ao serviço de saúde onde executa as suas
atividades (hospital), como no que refere aos profissionais
médicos com o qual executar conjuntamente o seu ato médico,
assim como no que tange às condutas de seus auxiliares no ato
anestésico, em todas as suas etapas.
 Por causa da característica cada vez mais autônoma da atividade
do anestesiologista, não é comum encontrarmos uma relação de
preposição entre este e o cirurgião. Haverá responsabilização
isolada de cada um em caso de dano ao paciente.
 Caso haja algum problema anestésico que cause lesão ao
paciente, o anestesiologista, não sendo indicado ou contratado
pelo cirurgião, deverá ser responsabilizado sozinho, judicialmente,
naquilo que o ato anestésico foi prejudicial ao paciente.
ERRO MÉDICO E ANESTESIA
 A responsabilidade solidária do hospital com o anestesista pode se
configurar. Ela se configurará seguindo as mesmas regras que a
doutrina e a jurisprudência consideram para haver solidariedade
entre a classe médica em geral e os hospitais. São, pois,
responsáveis solidariamente pelos prejuízos – indenização,
ressarcimento – que venham a causar a outrem.
 Analogia a Planos de Saúde.
 Não pode o anestesiologista efetuar anestesias simultâneas – ao
mesmo tempo – em dois ou mais pacientes, sob pena de, em caso
de dano a algum deles, ser responsabilizado civilmente – reparação
pecuniária dos prejuízos – por estar o seu agir eivado de culpa.
 É o Consentimento Informado que constitui dever do
anestesiologista, dentro do contrato de serviço médico que se
estabelece entre ele e o paciente. Sua inobservância caracteriza
conduta culposa.
DA PROVA
 O processo civil contempla uma regra inerente aos processos em
geral no sentido de que ao Autor incumbe provar os fatos
constitutivos de seu direito (art. 333, I, do CPC).
 Ocorre que a atividade médica equipara-se à prestação de serviços.
Assim, o médico, como prestador de serviços que é, sujeita-se às
normas do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), que,
em seu art. 6º, VIII, dispõe que são direitos básicos do consumidor:
"VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
critério do Juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência“.
 Possibilidades de se inverter o ônus da prova no caso de uma
ação indenizatória em decorrência do chamado erro médico: caso
haja a verossimilhança da alegação ou caso seja verificada a
hipossuficiência do consumidor.
DA PROVA
 Na Verossimilhança das alegações contempla aquelas alegações
que realmente trazem um elevado grau de certeza de verdade ao
Juiz da causa.
 Na hipossuficiência, o julgador, segundo as regras ordinárias de
experiência, verificará os casos em que o consumidor for parte mais
fraca economicamente ou tecnicamente.
 Para que o médico possa evitar essa desvantagem processual no
caso de um pleito indenizatório, deve o mesmo buscar passar
informações sobre sua conduta, os procedimentos pós e pré
operatórios, as cautelas, os riscos inerentes a determinado ato etc.,
por escrito, recolhendo a assinatura do paciente em uma das vias do
documento, além de explicar oralmente tais comunicações em uma
linguagem mais acessível ao cidadão comum. Agindo dessa forma,
a hipossuficiência técnica não mais se caracterizará, paciente e
médico possuirão idêntica posição processual, e o sistema de
provas seguirá a regra do Código de Processo Civil.
A RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO
A RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO

 A Constituição (art. 133) lhe assegura


inviolabilidade por seus atos e manifestações,
nos limites da lei.
A RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO

 A responsabilidade do advogado deve ser


examinada sob duplo aspecto: em relação ao
cliente e em relação a terceiros.
A RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO

 OBRIGAÇÃO DE MEIO, E NÃO DE


RESULTADO
 RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
 PERDA DE UMA CHANCE
A RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO
 Com relação a terceiros a responsabilidade do
advogado é também subjetiva;
 Se por um lado a Lei maior confere ao
advogado inviolabilidade por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, por
outro garante a todos a inviolabilidade da honra,
da imagem, da intimidade e da vida privada,
assegurando o direito á indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação
(art. 5º, X).
FIM

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