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A Inclusão do Deficiente

Mental na Classe Regular

Módulo IV

Preparar na Escola a
Vida Activa do
Deficiente Mental

Formadora: Cristina Queiroz Pinto


Meios de Inclusão Social e
Qualidade de Vida

A melhoria das condições de vida é algo desejado por


todas as pessoas independentemente das suas
competências e limitações.

Todos nós somos construtores e protagonistas deste


processo vital, utilizamos o nosso próprio apoio e o meio
físico e social em que nos desenvolvemos.
Meios de Inclusão Social e Qualidade de Vida

A qualidade de vida de um indivíduo não é uma


construção meramente pessoal, nem tão pouco é uma
construção dos outros.

É uma construção social e pessoal, que afecta a


qualidade de vida dos outros e em último caso a da
espécie humana.

A qualidade de vida das pessoas com necessidades


específicas de apoio, não deve ser diferente das outras
pessoas.
Meios de Inclusão Social e Qualidade de Vida

Lutar para conseguir uma melhoria de vida destas pessoas


e das suas famílias é avançar na melhoria da própria
qualidade de vida da sociedade a que pertencemos, ou
seja, que todos sejamos pessoas entre pessoas.

Um dos primeiros passos para esta "nova" qualidade de


vida começa pela mudança no próprio conceito que se tem
da pessoa com deficiência
Meios de Inclusão Social e Qualidade de Vida

Esta nova abordagem tem, por sua vez, importantes


repercussões na implementação de recursos e serviços.

Uma das inovações é que a utilização de apoios


apropriados pode melhorar as capacidades das
pessoas DM, incorporando assim a noção de "não
condição permanente", ou seja, os contextos podem
modificar-se de tal maneira, que se consiga uma
melhoria no grau de eficácia a nível da sua
independência pessoal e responsabilidade social.
Meios de Inclusão Social e Qualidade de Vida

Assim, há um comportamento adaptativo de "poder mudar"


que deverá ser submetido a avaliações constantes para
readaptação dos contextos.

Nesta perspectiva da deficiência mental, a abordagem à pessoa


deve ter em conta a sua globalidade e, como tal, há que
considerar todo um conjunto de aptidões, medidas e atitudes
que são relevantes para a sua adaptação em geral e para a sua
integração social em particular, componentes importantes para
a sua qualidade de vida.
Meios de Inclusão Social e Qualidade de Vida

Não se trata só de conseguir que a pessoa com deficiência


tenha acesso a contextos "normalizados": é necessário
construir "ambientes" capazes de inserir todas as pessoas
independentemente das suas capacidades.
Meios de Inclusão Social e Qualidade de Vida

Qualidade de Vida:
Indicadores e dimensões

Bem estar físico


e conforto material

Saúde Física Habitação

Acesso e cuidados Autonomia financeira


de saúde
Segurança pessoal

Estatuto sócio – económico


Meios de Inclusão Social e Qualidade de Vida

Qualidade de Vida:
Indicadores e dimensões

Desenvolvimento e
Realização Pessoal

Recreação / lazer
Ambiente escola

Ambiente trabalho
Ambiente casa
Ambiente comunidade
Qualidade de Vida:
Indicadores e dimensões

Interacção e
Relações sociais

Membros da família Interacções sociais

Intimidade e afecto
Vizinhança

Membros da Comunidade
Amizade
Diversificações das
Relações pessoais
Qualidade de Vida:
Indicadores e dimensões

Autonomia e poder
de decisão

Autonomia, independência e Valores


capacidade de escolha nos
vários ambientes

Objectivos e
Escolhas, preferências
expectativas pessoais
e decisões pessoais
Qualidade de Vida:
Indicadores e dimensões

Bem - estar
psico - afectivo

Sentimento de
Auto-estima
pertença e aceitação
nos diferentes grupos
sociais

Sentimento Satisfação pessoal nos


de felicidade Sentimento diferentes ambientes
de
dignidade
Qualidade de Vida:
Indicadores e dimensões

Inclusão social

Mobilidade
Normalização social

Envolvimento
Envolvimento
educacional
residencial
Integração e Envolvimento
participação na laboral
sociedade
Qualidade dos serviços
e apoios prestados à pessoa com DM e sua família
A participação activa, total O desenvolvimento de
EXPERIÊNCIA ou parcial, nas actividades e um sentimento de
SUBJECTIVA papéis inerentes aos diversos satisfação pessoal, de um
contextos sociais: sentimento de bem estar,
Bem estar mobilidade social, competência capacidade
físico e mental, diversificação das e controlo, de um
a segurança, o experiências, acesso a redes sentimento de pertença a
conforto alargadas de relações um grupo social também
material, pessoais e sociais, acesso à caracterizado pela
cognitivo, educação, ao trabalho, à partilha de relações de
interactivo e recreação, lazer e tempos amizade e solidariedade
social livres

CARACTERÍSTICAS ENVOLVIMENTAIS
(Tipo e qualidade dos envolvimentos, tipo e qualidade das experiências sociais)
Conceito de Deficiência Mental
(AAMR, 2002)
(LucKasson et al 2002)

“Funcionamento intelectual geral significativamente abaixo


da média, oriundo do período de desenvolvimento,
concomitante com limitações associadas a duas ou mais
áreas da conduta adaptativa (habilidades práticas, sociais e
conceptuais) ou da capacidade do indivíduo em responder
adequadamente às demandas da sociedade"
Esta definição requer uma focalização multidimensional e
ecológica que reflicta a interacção da pessoa com os seus
ambientes assim como os resultados dessa relação nas
interacções relacionadas com:

contribuições
independência

Bem estar
relações pessoal
Participação
educativa e
comunitária
Estrutura geral da definição
elementos valorizados

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FUNCIONAMENTO
Apoios
Importância dos ambientes e
contextos habituais do índividuo
AMBIENTES FAVORÁVEIS

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Fo

de
Promovem o crescimento e o
desenvolvimento
Proporcionam oportunidades
O Paradigma dos Apoios
RECURSOS DE FUNÇÕES DE APOIO INTENSIDADE DE
APOIO •Amizade APOIO
• Pessoal Técnico •Planeamento familiar •Intermitente
• Outras pessoas •Assistência no emprego •Limitado
significativas
•Apoio comportamental •Extensivo
• Tecnologia
•Apoio nas actividades domesticas •Permanente
•Serviços
•Assistência na saúde
•Acessibilidade e utilização da
comunidade

RESULTADOS ESPERADOS
•Aumentar o nível das capacidades adaptativas e funcionais
•Maximizar os objectivos de habilitação, relacionados com a saúde, bem-estar físico,
psicológico ou funcional
•Fomentar as características do envolvimento que favorecem a presença na
comunidade, a escolha, a competência, o respeito e a participação
Classificação dos Níveis de Apoio
Quando há necessidade de apoios ocasionais em determinados
INTERMITENTE períodos de crise, podendo ser esse apoio mais ou menos intenso.
(Ex. durante um episodio de doença aguda ocasional)

Quando há necessidade de apoios em períodos de tempo


pré-programados com mobilização de alguns recursos
LIMITADO durante alguns desses períodos de tempo
(Ex. treino especifico para a transição da escola para
situação de trabalho)

Quando há necessidade de apoios regulares (diários) em alguns


EXTENSIVO ambientes sem tempo pré-definido, podendo ter um carácter de
longo prazo. (Ex. apoio diário em situações domesticas).

Quando há necessidade de apoio constante em todos os


PERMANENTE ambientes e envolvendo vários meios, por vezes, para
manter a vida. (Ex. acompanhamento sistemático da
pessoa no local ou locais em que se encontra
Inteligência e
Deficiência Mental
Convencer
Uso objectivo Agradar
-Autocontrole da linguagem Estimular
corporal Oral Comunicar
Coordenação Rebater
motora
Corporal/ Escrita
cinestética Linguística

Percepção Itens
Sensibilidade ao Reprodução Timbres
meio ambiente Produção Ritmos
Inteligências Temas
Naturalista Musical
Múltiplas
Ideias
Sensibilidade
Habilidades
(símbolos;
NecessidadeAuto conhecimento relações; padrões)
s Sonhos e uso preciso Lógico- Raciocínio
Desejos Gerenciamento lógico /
Emoções
matemática dedutivo
Sentimentos Intrapessoal Solução de
Intenções problemas
Percepção (formas espaciais; relações e padrões
Motivações Compreensão visuais )
Humores das pessoas
Espacial Visualização em 3D
Temperamento Relacionamento (composição;transformação; equilibrio; orientação
Desejos tensão)
Respostas
eficiente Interpessoal
adequadas Inteligências múltiplas, como definidas por I
Ioward Gardner - <versão adaptada de Virgilio
Vasconcelos Vilela 20 /09/02
Inteligência e Deficiência Mental

Conceito AAMR (2002)


 Num indivíduo as limitações muitas vezes coexistem com
pontos fortes
Um importante objectivo ao descrever as limitações é o
desenvolver perfis de apoios necessários
Se se oferecerem os apoios apropriados durante um
período prolongado, o funcionamento na vida das pessoas
com deficiência mental melhorará consideravelmente
Inteligência e Deficiência Mental

Capacidades Intelectuais
(Conceito de AAMR (2002))

 Capacidade mental para compreender o ambiente


Inclui.
- Raciocínio
- Planificação
- Solução de Problemas
- Pensamento abstracto
- Compreensão de ideias complexas
- Ritmo de aprendizagem
- Aprender com a experiência
Inteligência e Deficiência Mental

• A melhor forma de explicar o


funcionamento intelectual é por um
factor geral de inteligência
• Vai para além do rendimento
académico
• Vai para além das respostas a testes
• É uma ampla e profunda capacidade
para compreender o nosso ambiente e
o contexto
Inteligência e Deficiência Mental

Comportamento Adaptativo
(Conceito AAMR (2002))
 Conjunto de habilidades conceptuais, sociais e práticas
aprendidas pelas pessoas para funcionar na sua vida diária
 As limitações no comportamento adaptativo afectam a
vida diária / mudanças da vida e solicitações ambientais
 Habilidades conceptuais, ex:

- Linguagem receptiva e expressiva


- Leitura e escrita
- Conceitos de dinheiro
- Autorientação
Inteligência e Deficiência Mental

 Habilidades Sociais, Ex:


- Habilidades interpessoais
- Responsabilidade
- Auto estima
- Credibilidade (probabilidade de ser enganado)
- Ingenuidade
- Sentimento de Regras
- Cumprimento de Leis
- Evita a vitimização
Inteligência e Deficiência Mental

 Habilidades Práticas, ex:


- Actividades da vida diária – comida, transferência / mobilidade;
higiene, vestir)

- Actividades Instrumentais da vida diária – preparação de refeições,


manutenção da casa, transporte, tomar medicamentos, manejar o dinheiro,
usar o telefone

- Habilidades ocupacionais

- Manutenção de ambiente seguro


Inteligência e Deficiência Mental

Participação, Interacções e Papéis Sociais


(Conceito AAMR (2002))

• Novidade em consonância com a CIF – 2001

Deficiência Incapacidade Desvantagem


Incapacidade Actividade Participação

• Objectivo – Avaliar restrições / oportunidades na participação


da vida em comunidade
Inteligência e Deficiência Mental

 Interacções com os outros:


- avaliação: observação directa das interacções com
o seu mundo material e social nas actividades
diárias

 O papel social desempenhado


- conjunto de actividades valorizadas como normais
para um grupo de idade específico
Inteligência e Deficiência Mental

Modelo Multidimensional
(Conceito AAMR (2002))

 A Deficiência Mental não é algo que se tem nem algo que se é


nem é um transtorno médico ou mental é um estado particular
de funcionamento que começa na infância, é multidimensional
e é afectado positivamente pelos apoios individualizados

 Um modelo de funcionamento que inclui os contextos em que


as pessaos funcionam e interactuam, a diferentes níveis
(micro, meso, macro )
Inteligência e Deficiência Mental

Esta definição requer uma


focalização multidimensional e
ecológica que reflicta a interacção
da pessoa com os seus ambientes
assim como os resultados dessa
relação nas interacções
relacionadas com independência,
relações, contribuições,
participação educativa e
comunitária e bem estar pessoal
Inteligência e Deficiência Mental

Contextos – (ambientes e cultura) (Conceito


AAMR (2002))
Descrição das condições interrelacionais em que a pessoa vive
diariamente

MICROSISTEMA: MESOSISTEMA: MACROSISTEMA:


pessoa, família, vizinhança, Sociedade, países,
pessoas próximas comunidade, cultura
instituições de apoio

PERSPECTIVA ECOLÓGICA
Perspectiva ecológica / Avaliação

Da sinalização à elegibilidade

Sinalização: o caso do Tiago


Em que consiste?
Recolha de informação disponível
Onde se deve registar essa informação?
FICHA DE
SINALIZAÇÃO
Preenchida pelo docente do regular ou director de turma
AVALIAÇÃO Anuência Situação não
Situação resolvida
ESPECIALIZADA Parental resolvida
( avaliação ecológica)

Quem avalia? O que avaliar? Como avaliar ?


Perspectiva ecológica / Avaliação

Perfil de Resultados da avaliação


funcionamento
do aluno
O que pode suceder?

Reclama-se a Confirma-se a Não se confirma a Não se reclama a


Intervenção presença de NEE presença de NEE de Intervenção
Especializadas de de Carácter Carácter Prolongado Especializadas
Educação Especial Prolongado de Educação
Especial

Elegebilidade das medidas do REE (Decreto Lei nº 319/91 e recursos que o


aluno com o NEE de Carácter Prolongado irá usufruir

ELABORAÇÃO DO
ELABORAÇÃO DO PROGRAMA EDUCATIVO
PLANO EDUCATIVO INDIVIDUAL só na alínea i)
INDIVIDUAL Ensino Especial
Perspectiva ecológica / Avaliação

Avaliação Ecológica
A avaliação é um processo de recolha
de informação que permite:
• Compreender as competências e as
necessidades da criança
• Compreender o modo como
funciona nos diversos contextos, de
modo a permitir a planificação de
uma intervenção adequada

Nesta perspectiva a avaliação é considerada a “ tomada de


decisão para intervir” (Bairrão, 1994)
Perspectiva ecológica / Avaliação

Avaliar a criança com base numa abordagem ecológica


permite:

 Analisar a qualidade do seu funcionamento, em relação às


actividades e aos seus ambientes onde participa ou é esperado
vir a participar.

 Os comportamentos são observados em contextos naturais


onde ocorrem, quando a criança está envolvida nas actividades
quotidianas e nas rotinas
Perspectiva ecológica / Avaliação

Avaliar a criança com base numa


abordagem ecológica tem em conta:

 O número de ambientes onde a criança se insere


(permite descrever os diferentes ambientes naturais e recolher histórias de
vida de uma forma positiva)

 A observação individual da criança nos ambientes


naturais onde funciona, possibilitando recolher informações que
ajudam a compreender melhor:
- As suas preferências, capacidades e necessidades da criança nos
diversos contextos
- O tipo de apoios que precisa para ter uma participação mais activa
- o modo como funciona nas actividades naturais baseadas em rotinas
Perspectiva ecológica / Avaliação

Para se realizar uma avaliação de base ecológica, centrada em


actividades naturais é indispensável definir:

Guião de planificação da Avaliação


NOME da criança a avaliar ________________________________________

Responsável pelo preenchimento: _________________________________


DATA: _______________________________________________________
Quais as Quais os Quem vai Em que Quais os
actividades / aspectos a avaliar ambientes instrumentos a
rotinas a avaliar avaliar usar
Perspectiva ecológica / Avaliação

Após recolha prévia de informação sobre o processo


educativo do aluno, necessidades de contextos
necessidades de prioridades da criança, a sua
família e os aspectos clínicos passamos à fase
seguinte…

Planificação da Avaliação de base Ecológica, centrada em


Actividades Naturais …
Perspectiva ecológica / Avaliação

1.Tomadas de decisão sobre as actividades a avaliar, o que se


pretende avaliar, quais os materiais necessários e instrumentos de
avaliação a usar

2 . Realização da avaliação (centrada nas actividades) e recolha de


informação sobre: como o aluno aprende, como comunica, como
interage, que estratégias utiliza para receber e integrar a
informação, que adaptações são necessárias para a participação
activa da criança

3. Análise de dados recolhidos na avaliação e planificação intervenção


c/ a elaboração do Programa Educativo
Perspectiva ecológica / Avaliação

Avaliação Ecológica
IMPLEMENTAÇÃO
ELABORAÇÃO
DO PROGRAMA ANÁLISE DOS DADOS
DO PROGRAMA
EDUCATIVO RECOLHIDOS NA
EDUCATIVO
AVALIAÇÃO
Uma resposta
Determinar as adaptações e os
Necessidades actuais e futuras da criança apoios necessários para a
Necessidades da família e do ambiente escolar criança

Definir prioridades Definir estratégias Fazer aprendizagens


significativas
Definir o que se pretende
que a criança aprenda Definir actividades a
Participar
desenvolver
activamente nas
Criar actividades e nos
oportunidades Aprender
para Desenvolver capacidades Interagir seus contextos de
com parceiros significativos vida
Flexibilidade e diferenciação curricular

“Uma pessoa só funcionará como adulto


independente e contributivo se, em
cada momento da sua vida, tiver
desempenhado o papel adequado à sua
idade. Quer isto dizer que o aluno só se
tornará um adulto de pleno direito se
na escola, e fora dela, for também
considerado como tal.”

(In: EDUCAÇÃO, Ministério, Transição Para a vida Adulta, 1998)


Flexibilidade e diferenciação curricular

O Porquê nos Programas Educativos


para alunos com NEE
Ao seleccionar uma determinada aprendizagem, para ser incluída no PE
devemos ter em consideração os seguintes factores:

1. Aumento de números de ambientes


2. Funcionalidade A CONSIDERAR:
3. Adequação à idade cronológica - Até que ponto será
4. Possibilidade de prática possível considerar de
5. Necessidade na idade adulta forma equilibrada todos
6. Preferência do aluno estes factores
7. Preferência dos pais / enc. de educação - Haverá factores mais
8. Bem estar físico e de saúde importantes que outros
9. Aumento do contacto social conforme os casos
10. Probabilidades de ser aprendido
11. Proporcionar estatuto social
Flexibilidade e diferenciação curricular

Fases do desenvolvimento curricular


numa perspectiva funcional
1. Delinear as áreas curriculares

2. Delinear os diversos ambientes naturais nos quais os alunos com


deficiências acentuadas funcionam ou podem vir a funcionar

3. Delinear e inventariar os Sub-Ambientes nos quais os alunos com


deficiências acentuadas funcionam ou podem vir a funcionar

4. Delinear e inventariar as actividades que ocorrem nos Sub-Ambientes

5. Delinear as competências necessárias para realizar as actividades

6. Planear e implementar os PE necessários à realização das tarefas


delineadas , em ambientes naturais
Flexibilidade e diferenciação curricular

Um Ensino Funcional…
 Éum ensino não serve apenas os
alunos com DM mas seria muito útil para todos os alunos.

 É um ensino preocupado com a preparação do aluno para


funcionar em ambientes não escolares, criando condições para
que possam “ actuar tão independentemente quanto possível
numa vasta gama de ambientes comunitários” (Lou Brown 1989)

 É um ensino feito à medida das necessidades de cada aluno


tendo em conta todos os contextos em que decorre a sua vida:
casa, comunidade; escola

Adaptado de Minístério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

A escola deve procurar desenvolver as competências


pessoais, como o Saber Ser e Saber Estar, dos alunos, pois
são elas que decidem o futuro e qualidade de vida

• É indiscutível que a inserção do aluno com NEE se fará pelas


suas competências sociais e pelo seu comportamento em
situações de vida na comunidade e não apenas pelas suas
competências académicas.

• Daí que se justifique a possibilidade de redução de horário


lectivo para que possam realizar experiências relevantes e
proporcionado, em termos de ensino, os comportamentos
esperados e aceites fora da escola, permitindo-lhes a
aprendizagem de técnicas e saber estar profissional e social
Adaptado de Minístério da Educação
“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

O ensino funcional no contexto


do ensino básico

Lou Brown Van Gennep (1996) fala da


fala do princípio máxima participação
da participação possível
parcial:

OBJECTIVO: Conseguir que de acordo com as suas


capacidades e características pessoais, o aluno participe nas
actividades realizadas pelos pares, da mesma idade, sem
deficiência. O que para isso o aluno deva participar
maximamente nas actividades da sua turma e que
acompanhará no seu percurso escolar os colegas da mesma
idade
Adaptado de Minístério da Educação
“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

A grande mudança proposta nesta nova concepção de


ensino funcional é que deixamos de manter os jovens a
fazer aquisições que deveriam ter feito quando andavam no
1º,no 2º ano ou 3º ano e cada vez mais longe dos seus
companheiros e propomo-nos a que no final da
escolaridade eles estejam a viver com e como jovens

Adaptado de Minístério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

Então, o que ensinar?....


O principal problema das pessoas com DM é uma
dificuldade em aprender.

É inegável que no final da escolaridade elas não dominam


a totalidade do Currículo, pois se assim não fosse não
precisariam nem beneficiariam de ajustamentos ao
processo ensino /aprendizagem

Adaptado de Minístério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

A gestão flexibilizada dos


Conteúdos curriculares
Definidos para estes alunos
resulta na redução de conteúdos
De aprendizagens , sua supressão
ou na criação de propostas
alternativas para esses mesmos
conteúdos, aprender diferente dos
seus colegas é inevitável

Adaptado de Minístério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

Dificuldades de Aprendizagem e Ensino


Funcional
A DM limita seriamente as capacidades de aprendizagem das pessoas,
nomeadamente, porque como refere Lou Brown (1989)

1. Aprendem um menor número de competências

2. Precisam de uma maior quantidade de tentativas e de mais tempo para


realizar uma aprendizagem

3. Esquecem mais depressa e têm mais dificuldades no processo de


recuperação

4. Têm maior dificuldades em generalizar e transferir conhecimentos

5. Têm maiores dificuldades em actividades complexas

6. Têm maior dificuldades de síntese


Adaptado de Minístério da Educação
“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

Uma acção educativa que procure ensinar crianças com estas


dificuldades exige cuidados acrescidos, pois:

 Se aprendem menos, é necessário propor-lhes aprendizagens


que contribuam para a sua autonomia dentro e fora da escola

 Se precisam de mais tempo e mais trabalho é necessário


planear o ensino ao longo do ano, de modo a que o tempo que
o aluno dispõe seja o suficiente para praticar as vezes
necessárias

Adaptado de Minístério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

 Se esquecem mais depressa, é necessário que as aprendizagens


possam ser praticadas em situações nãos escolares e nos
contextos reais da vida do aluno

 Se têm dificuldade em generalizar e transferir conhecimentos,


é necessário que o ensino não se faça apenas dentro da sala de
aula, mas aconteça nos ambientes em que os conhecimentos
são necessários no dia a dia do aluno

Adaptado de Minístério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

 Se aprendem com dificuldade actividades complexas, é


necessário fazer uma análise das tarefas propostas, de modo a
que sejam apresentadas ao aluno de forma a qe este as consiga
realizar

 Se têm dificuldades de síntese, obrigam a uma actuação


articulada entre a família e a escola e dentro da escola entre
todos os agentes que interagem com o aluno

 Se é … é necessário…

Adaptado de Minístério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

Idade Cronológica – As actividades não são funcionais


em si mesmas mas apenas quando são adequadas e
necessárias para um desempenho de acordo com o que é
esperado em crianças da mesma idade e do mesmo meio
social

Ensino
Autonomia – A autonomia de uma pessoa com DM
Funcional aumenta a sua liberdade mas também a liberdade de
todas as pessoas que vivem com ele

Participação Social – A participação na vida da


comunidade é um dos objectivos mais valiosos de toda a
intervenção educativa preocupada com a vida pós escolares
dos alunos
Adaptado de Minístério da Educação
“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

Apoios Educativos
e Ensino Funcional

Dar-lhe o suplemento de treino


Permitir ao aluno a plena
funcional que a vida na escola
participação na vida da turma por si só não lhe proporcionará

Ter uma estratégia eficiente que permita antecipar as necessidades do aluno


relativamente às actividades que vão ser realizadas pela turma e não
compensatória procurando recuperar eventuais atrasos

Adaptado de Minístério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

Envolvimento da Família e da
Comunidade no Ensino

Se queremos….

… que o aluno aprenda o que lhe é necessário em situações do seu


quotidiano de vida, em casa, na escola, nos seus tempos livres, na
comunidade, não é possível fazer programas sem o envolvimento das
famílias

… aumentar as possibilidades de prática de atitudes e competências


neste contexto, é necessário que a família se envolva no processo
e tenha uma actuação reforçadora das aprendizagens pretendidas

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

Apoios Naturais

“ A qualidade de vida de uma pessoa com deficiência pode avaliar-se


pela quantidade e qualidade de relações que ela mantém com pessoas
que não são pagas para issso” (Louis Brown – Conferência em Lisboa,
1995)

Assim…

A integração escolar dos alunos com NEE depende, pois, do


envolvimento, boa vontade e bom senso pedagógico de todo o
pessoal da escola, sendo ainda mais evidente quanto depende de
não profissionais a integração profissional e comunitária do aluno

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
Flexibilidade e diferenciação curricular

O papel da Escola

Internamente, têm de organizar-se partindo do princípio


inquestionável que á sua obrigação assegurar a todos e a cada um
dos alunos o PE adequado às suas necessidades

Tal como recomenda a Declaração de Salamanca , as escolas não


devem entrar nestes processos isoladamente, sendo sua obrigação
procurar apoios noutras organizações existentes na sua
comunidade

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

Forma de Cooperação implantadas:

 Articulação das Escolas com Centros de Formação Profissional


especializados em pessoas com deficiência

 Programas comunitários de apoio à inserção profissional de jovens

 Protocolos com empresas


 Colaboração de diversa natureza com Centros de emprego
 Estágios em empresas para alunos de escolas da Educação
Básica
 Socialização de conhecimentos entre escolas, nesta
matéria, segundo modelo de partenariado
Adaptado de Ministério da Educação
“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

Quando optar por um Currículo


Funcional

 No caso do aluno frequentar o currículo regular com adaptações, as


componentes do PE, para além dos itens referidos no Artº 16 do DL 319/91,
devem especificar os seguintes dados:
- As adaptações propostas
- As actividades alternativas a que essas adaptações dão lugar

- As adaptações a introduzir no processo de avaliação do aluno

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

 No caso do aluno necessitar de dominar técnicas específicas que lhe


permitem o acesso ao currículo e/ou de necessitar de uma
aprendizagem sistemática de competências que promovam a sua
autonomia e a sua integração sócio profissional:
- A discriminação da matéria a aprender
- Os objectivos a atingir; as estratégias e os recursos humanos e
materiais a utilizar.

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

 Quando um aluno não tem capacidade para aceder ao currículo


regular, mesmo que adaptado, é necessário que disponha de um
currículo alternativo, elaborado de modo a responder às suas
necessidades especiais de educação. Neste caso, deve considerar-se
mais especificamente:
- As áreas que constituem esses currículos
- As sub-áreas em que se divide cada área
- Os objectivos gerais e os objectivos específicos a atingir
- As estratégias e os recursos humanos e materiais a utilizar
- A modalidade de Avaliação a utilizar

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

Na selecção das áreas do currículo alternativo, a qualidade, eficácia e


funcionalidade deste, como de qualquer currículo, depende, em
grande medida, da selecção dos respectivos conteúdos, devendo ser
tentada a abordagem “funcional” das áreas do currículo regular que
o aluno possa ter acesso.

O estabelecimento de metas diferentes de aprendizagem e o ensino


de matérias específicas, não invalida que, na medida do possível
, o aluno participe em algumas disciplinas em turmas regulares e
que tome parte em diferentes actividades desenvolvidas pela
escola

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

Tratando-se, neste caso, de ensinar matérias diferentes, não


exclusivamente com um cariz académico, de identificar outras áreas e
conteúdos e de prever diferentes estratégias de operacionalização e
avaliação, é importante que esta “diferença” se adeqúe às
necessidades educativas em causa e que contribua para uma máxima
utilização das capacidades do aluno, cojugando:

Expectativas Potencialidades

Pes

is
soa

cia
is

So
Familiares Escolares

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

Nesta abordagem curricular o aluno é olhado globalmente, não sendo


trabalhados isoladamente os pré-requisitos motores, sensoriais, sociais ou
cognitivos que, pelo contrário, se interligam, de maneira a integrarem uma
determinada tarefa a desempenhar ou competência a demonstrar,
assentando nas actividades que necessita de desmpenhar no seu dia-a-dia.
Assim, os domínios curriculares decorrem no ambiente em que o aluno tem
de actuar:

Escola Comunidade
Casa
Adaptado de Ministério da Educação
“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

A frequência de um currículo
alternativo, durante os anos
relativos à escolaridade básica
conduz à obtenção de um
certificado, com efeitos nos
domínios da formação profissional
e do emprego, com efeitos nos
domínios de formação profissional
e do emprego, devendo este
certificado especificar as
competências alcançadas ao longo
da escolaridade.

Adaptado de Ministério da Educação


“Transição para a vida adulta” (1998)
O Processo Educativo / Trampolim para a Vida Activa

“Uma pessoa só funcionará como adulto independente


e contributivo se, em cada momento da sua vida, tiver
desempenhado o papel adequado à sua idade. Quer isto
dizer que o aluno só se tornará um adulto de pleno direito
se na escola, e fora dela, for também
considerado como tal.”

(In: EDUCAÇÃO, Ministério, Transição Para a vida Adulta, 1998)

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